Sofia, na última semana você começou a sentar com intenção. Fica horas se entretendo com o que estiver ao seu redor. Podemos dizer que, aos seis meses, você senta como gente grande. Impressionante, minha filha.
Como tudo começou? No dia 22 de março, recebi o convite abaixo por email para ir à feira chamada "Home Design Show" da revista Architectural Digest. Eu havia me consultado com uma pessoa no programa chamado "Access to Design" do New York Design Center, graças a uma dica da tia Dida Clari. Daí veio o convite.
Combinei com a minha mãe que iríamos juntas à feira no sábado, dia 24, enquanto o seu pai ficaria com o seu irmão. A minha intenção era se inspirar para começar a pensar em decoração para a nossa casa nova. Estávamos prestes a fechar a compra do apartamento na 2nd Street em Park Slope, onde moramos hoje. Caminhamos muito na feira, que ocupava um bom espaço do Pier 94, no lado oeste de Manhattan. Ficamos lá mais ou menos de meio-dia às 3h da tarde. Acho que foi essa caminhada que desencadeou os acontecimentos seguintes. Só de curiosidade, algumas coisas legais que vimos na feira estão no meu Pinterest (sabe-se lá por quanto tempo este site existirá...), por exemplo, aqui, aqui e aqui.
Logo cedo na manhã de domingo, dia 25, liguei para a minha mãe para dizer que estava começando a sentir algumas leves contrações. Pareciam mais cólica. Mas a lembrança do início do trabalho de parto do Matteo veio à tona. Era igual. Então a vovó veio e levou o Matteo para passar o dia com ela, enquanto eu tentava relaxar, deixando as contrações ficarem cada vez mais intensas e próximas, no seu ritmo. Avisei ao médico de manhã e ele me deu o mesmo conselho...que esperássemos para ver no que ia dar. Lembro que a vovó perguntou: "Mas você está em trabalho de parto? Vai ser hoje?" Só o que eu podia responder era que só Deus saberia ao certo, mas que eu achava que sim.
Assim o dia todo passou, até que por volta das 6h da tarde, avisei ao seu pai que se as contrações ficassem do jeito que estavam, em uma hora eu iria querer ir para o hospital. Para tentar não prestar atenção na dor das contrações, colocamos "Young at Heart" na TV (via Netflix), um documentário super gostoso e alegre, que me fez até cantar por alguns minutos (mentalmente, pelo menos). Eu estava ansiosa esperando dar 7h da noite. Às 7h, dito e feito... As contrações continuavam fortes e com um intervalo de 10 em 10 minutos. Avisamos ao médico, Dr Jeffrey Yu, que estávamos indo para o hospital St. Luke's-Roosevelt, onde íamos encontrar com ele. A doula, Claudia Rosenhouse Raiken, também partiu para o hospital para nos encontrar. Lá chegamos, eu e o seu pai, pouco depois das 8h. Emails estavam sendo mandados avisando a nossa família no Brasil e ligações foram feitas para avisar a família em NY. A grandmãe e o grandpai chegariam no hospital ainda naquela noite. A Dida viria para NY no dia seguinte.
| Postes de luz, árvore na escuridão e lua ao fundo na West Side Highway a caminho do hospital. Claro que, ao vivo, a lua estava linda. |
Mas vamos aos poucos. Na triagem do hospital, eu e o seu pai ficamos sozinhos na maior parte do tempo, já que o médico já havia ligado pedindo que confirmassem o trabalho de parto assim que possível e nos liberassem para um quarto, mesmo antes de ele chegar. Sozinha na sala minúscula, eu me mexi muito na maca e o aparelho de medir o seu batimento cardíaco caiu inúmeras vezes no chão. A residente que estava nos atendendo veio me examinar quando outra médica, aparentemente uma supervisora também novinha, viu as marcações erráticas do seu batimento cardíaco e berrou "podemos ter um caso de cesária de emergência!" Em segundos estavam ao meu lado com papéis para assinar caso precisássemos de uma cesária de emergência. Foi a hora em que me transformei de totalmente calma para totalmente lutadora dos meus direitos. "Eu quero o meu médico aqui agora. Quem é você para dizer que estou passando por uma emergência? Você nem me conhece! Você não sabe o que aconteceu aqui nos últimos 20 minutos! Eu só vou autorizar uma cesária se o meu médico disser que é o que ele aconselha!" Coitada da pessoa. Eu não parei de falar mesmo quando ela se retirou. A médica que me examinou disse que eu estava apenas 1.5 cm dilatada e sobrou para ela também. "Como você acha que eu estaria mais dilatada se me estressam durante o trabalho de parto? É claro que estou pouco dilatada, depois desse estresse desnecessário!" Logo vieram três enfermeiras que me transferiram para uma cama com rodinhas e me levaram para o quarto, onde nos alojamos e encontramos com a Claudia. Logo antes de contar a história para ela, o Dr Yu chegou e contei logo para os dois. Assim que entrou na sala, ele já estava se desculpando pelo comportamento da residente e disse que ia checar as medições. Ele retornou em cinco minutos e disse que estava tudo bem, que havia sido um mal-entendido e que a noite poderia prosseguir calmamente. No fundo eu já sabia disso, mas foi bom ter a confirmação, claro.
Fomos noite adentro, eu, o seu pai, a Claudia, a enfermeira e o médico, que mais cochilou do que me acompanhou. Não houve necessidade de intervenção da parte dele até eu pedir para a Claudia chamá-lo por volta das 3:30 da manhã, quando comecei a vomitar continuamente e não gostei da sensação, assim como havia ocorrido antes com o Matteo. Dessa vez, pedi para ele me ajudar. Havia duas opções: um remédio no IV que resolve 50% dos casos ou a epidural, que resolve 100% dos casos. O Dr Yu explicou que aquela reação era como o meu corpo estava respondendo à dor. O remédio poderia ser administrado imediatamente. A epidural iria demorar uns 20 minutos. Pedi os dois. O remédio não fez efeito, então fiquei aliviada de ter pedido a epidural e de a equipe ter chegado em 15-20 minutos. Nesse momento, estava 6.5 cm dilatada, de acordo com o Dr Yu, que também explicou que o mais difícil é chegar dos 0 aos 5 centímetros. Como já estava com 6.5 cm, ele achava que a epidural faria eu relaxar o suficiente para dormir e aceleraria o trabalho de parto. Eu duvidei muito da possibilidade de que eu iria dormir. Como, naquela situação, francamente, desconfortável?! Na hora da epidural, apenas uma pessoa podia ficar comigo no quarto, entre o Tom e a Claudia. Como até aquele momento a Claudia estava dando um show de companheirismo, me ajudando com massagens e pressão nos pontos certos para aliviar a dor, escolhi a Claudia. O Tom mesmo disse algo como, "amor, se quiser que a Claudia fique, tudo bem." Ele me conhece. A anestesista disse que para eu tomar a epidural eu não poderia me mexer e que teria de ficar parada de 15 a 20 minutos. Durante o procedimento, a Claudia ficou sentada à minha frente, segurando as minhas mãos e falando palavras e frases confortantes e motivadoras. Todos ficaram impressionados com a rapidez do procedimento. Em cinco minutos estava tudo feito e eu já não sentia mais dor alguma. O efeito foi imediato: quase zero dor e zero reação do meu corpo a qualquer coisa. Eu continuei a sentir as contrações, o que me deixou feliz, mas elas vinham acompanhadas de pouquíssima dor. E foi assim que, em menos de meia hora, o seu pai e a Claudia puderam dormir um pouco, porque eu parei de pedir gelo e massagens e palavras de apoio, e eu, por volta de 5h da manhã, dormi também.
Quando acordei, quase uma hora depois, a enfermeira estava ao meu lado e disse que o Dr Yu queria me examinar. Para minha surpresa, ele disse que a bolsa d'água havia estourado e que eu estava com 10 cm de dilatação e poderia começar a "push" em poucos minutos. É impossível descrever tudo o que sentimos naqueles minutos em que fiz força para você vir ao mundo. Não sabíamos se você seria a Sofia ou o Danilo (ou outro nome masculino, porque não estava certa de Danilo). Mas durante aqueles minutos, que foram no máximo meia hora, nem isso, eu só pensava em fazer o meu melhor para te trazer ao mundo. Pensava que estava dando tudo certo e que logo, logo estaríamos todos reunidos, eu, o seu pai, o seu irmão e você. O Dr Yu pediu para eu avisar quando sentisse uma contração e, quando eu avisava (ele confirmava que eu estava mesmo tendo uma no monitor), todos se mobilizavam com palavras de apoio e incentivo. É realmente como em uma maratona! O seu pai e a Claudia, especialmente, também mentalizavam toda a energia boa do mundo ao nosso redor. E com a força do corpo e da mente, você veio ao mundo, na manhã de sol do dia 26 de março de 2012, às 6:58 a.m. em New York, NY. O Dr Yu colocou você em cima da minha barriga. Era tão pequeno o bebê! Até que, em segundos, vimos que era uma menina. Uma menina! O seu pai e eu não conseguíamos parar de rir com a surpresa tão boa e gostosa e maravilhosa.
Ainda tínhamos que confirmar o nome. O seu pai rapidamente sugeriu: "Sofia Clarisse". Eu amei e assim te batizamos na hora. Gosto de pensar que você veio ao mundo com alegria ("Young at Heart") e vontade de viver (vide a luta por nossos direitos). Assim como o seu irmão, você fez um caminho até uma família que, eu lhe garanto, minha filha, estará sempre junta para te apoiar e te amar.
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sissy! valeu a pena o home design show? vai ter de novo agora... BEIJAO
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